Declaración de intenciones

Este blog intenta tener cubiertos al menos dos sentidos del hipotético visitante: la vista y el oído. La vista resulta evidente y el oído se consigue haciendo clic en el título de cada entrada.
Espero que lo disfrutéis.

lunes, 10 de julio de 2006

O Infante


Deus quer, o homem sonha, a obra nasce
Deus quis que a Terra fosse toda uma
Que o mar unisse, já não separasse
Sagrou-te e foste desvendando a espuma


E a orla branca foi
De ilha em continente
Clareou correndo até ao fim do mundo
E viu-se a terra inteira, de repente
Surgir redonda do azul profundo


Quem te sagrou, criou-te português Do mar e nós em ti nos deu sinal
Cumpriu-se o mar e o império se desfez
Senhor, falta cumprir-se Portugal

E a orla branca foi
De ilha em continente
Clareou correndo até ao fim do mundo

E viu-se a terra inteira, de repente
Surgir redonda do azul profundo

© Fernando Pessoa / Dulce Pontes

1 comentario:

Unknown dijo...

Y es que así es Portugal. No hace mucho comentaba con unos amigos que Roma me decepcionó por el descuido que presenta; sin embargo Portugal tiene todo él el encanto de la decadencia: se desgasta por el paso del tiempo y el uso, pero no por el descuido y la desgana.